domingo, 3 de abril de 2011

conto

Bia e Miloz são amigos desde os 12. Agora, com 38, quase não se encontram.
Miloz é meio baixo, tronco largo, sisudo quase sempre.
Bia tem voz suave, pausada, doce como a própria aparência da face, cabelos curtíssimos, olhos grandes e negros.
Bia trabalha no TRE.
E Miloz lá está perdido, mas encontra o guichê e:
- Que surpresa, Bia! Vim aqui pra...
-Já sei, miloz, te conheço, “pra poder participar da farsa eleitoral”.
-é, mas amadureci um pouco, sei elaborar melhor as ideias. Antes era jargão decorado mesmo, como esse que você citou.
-Tô brincando, vejo que você amadureceu, até pelo modo de se vestir.
-Esqueça! Depois do expediente podemos sair. Tanto tempo sem nos vermos né?
Passava das 23h, os dois já estavam na décima rodada e precisariam acordar bem cedo. Mas Bia bebia e balançava a cabeça, o pescoço, os quadris, o corpo todo em sintonia com a música frenética, e falava ao mesmo tempo de toda aquela euforia:
- Será que a dança é algo pra fazer a gente não se envelhecer?
- Essas músicas do Franz Ferdinand convidam para movimentos de braços e pernas, não?
- É... acho que você concorda comigo.





isaias

Um comentário:

  1. os encontros e os desencontros acontecem na vida brother.

    muito bom seu conto!!!

    parabéns.

    abração.

    ca.

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